Um trabalho digno e que merece nossa atenção! O termo “Gari” surgiu no Brasil na época do Império, na cidade do Rio de Janeiro, quando a corte brasileira fez o primeiro contrato de limpeza urbana no ano de 1876 à 1891 com um empreiteiro francês chamado de Pedro Aleixo Gari, para realizar a limpeza e manutenção das ruas da cidade. Tempo depois, foi inaugurada a Superintendência de Limpeza Pública e Particular da cidade.
Os cariocas, acostumados com a limpeza das ruas após a passagem dos cavalos, mandavam chamar a “turma do Gari”. Por ai em diante, aos poucos o nome se generalizou e até hoje as pessoas que trabalham prestando o serviço de limpeza pública, são chamados como “Garis”.
Importante lembrar que esse profissional que vemos diariamente nas ruas da cidade executando o seu ofício, faça chuva ou faça sol, muitas vezes não é notado. Muitas pessoas passam por ele e não percebem a fundamental importância deste profissional para a nossa cidade, pois é ele o responsável pela limpeza das nossas ruas, praças, bosques, bueiros, coletando diariamente o lixo por onde passa. Os “Garis” com suas rotas pré- determinadas, percorrem longas distâncias varrendo e recolhendo objetos pela cidade, primando que esta sempre se mantenha limpa e organizada, para que possamos gozar de boas condições de habitação e usufruir de uma cidade mais limpa.
Você leitor, por um momento já imaginou se a sua ou qualquer cidade não tivesse o trabalho desempenhado pelos Garis? Pois é, provavelmente a cidade que você pensou seria um caos de sujeira, viveríamos em uma cidade descuidada, mergulhada em lixos, bactérias e diversas toxinas.
Por estas razões e outras que devemos exaltar a importância dos Garis em nossa comunidade, pois não são devidamente valorizados, mesmo laborando em uma jornada cansativa e sem a remuneração adequada pela quantidade de trabalho que exercem.
O Sr. Clemente André Potulski (foto acima) atualmente com 57 anos, trabalha há 26 (vinte e seis) anos como Gari, fazendo a varrição das ruas na região do bairro Orleans à aproximadamente a 1 (um) ano e 6 (seis) meses, nos contou que é um trabalho cansativo, pois em média varre aproximadamente 2 km por dia, com uma jornada de segunda à sábado das 7h00 às 15h30 horas, com intervalo de uma hora para o almoço, trabalhando um domingo no mês e em feriados. Segundo ele, a profissão de Gari é um trabalho que muitas pessoas não dão o devido valor, pois mesmo vendo o trabalho do Gari, ainda jogam papel e lixo no chão, “é praticamente como se ele não existisse”. Mesmo assim, apesar da indiferença de algumas pessoas, ele desempenha o seu trabalho com muita dedicação e se orgulha muito de sua profissão.
Para se tornar um Gari profissional é necessário ter, além de uma grande força de vontade, uma boa disposição física para desempenhar bem o seu ofício em prol da população, cabendo a todos nós valorizar este profissional que, diariamente, nos brinda com seu trabalho digno e com sua dedicação ao buscar o bem-estar de nossa cidade.
Atilio Bovo Filho- Secretário Jurídico
Advocacia Bovo- Especialistas em Direito do Trabalho e Previdenciário
